Ídolos

Leônidas da Silva, o Diamante Negro

 

Leônidas da Silva foi o primeiro grande craque do São Paulo. Foi, ao lado de Sastre, o principal jogador do Rolo Compressor dos anos 40. É creditado a ele a invenção da jogada conhecida como bicicleta, mas ele a credita a um jogador obscuro de nome Petronilho de Brito, dizendo que ele apenas a aperfeiçoou. Os pesquisadores, mesmo assim, creditam o feito ao Diamante Negro. Pelo São Paulo, fez 140 gols em 210 jogos. Morreu em 2004, com mal de Alzheimer. Não se lembrava que era Leônidas, o artilheiro da Copa de 1938, que era conhecido no mundo todo, ídolo do maior time do Brasil e um dos maiores do mundo. Nem que tinha um chocolate com seu nome.

 

Leônidas da Silva foi também o craque da Copa de 1938, ao lado de Meazza, da Seleção Italiana. Entretanto, naquela época, à beira da guerra, o ditador Benito Mussolini usava o futebol para promover o fascismo. E vários erros grosseiros de arbitragem nas Copas de 34 e 38 deixam a desconfiança de que o ditador tenha subornado os árbitros dos jogos das Copas.

 

 

Canhoteiro, o Imarcável

 

José Ribamar de Oliveira, o Canhoteiro, era um caminhoneiro de Coroatá, Maranhão, e jogador de futebol da várzea. Começou jogando pelo América de Fortaleza em 1949, e foi para a Seleção Cearense. Vendo que tinha jeito para a coisa, foi fazer um teste no São Paulo. Passou com louvor, após driblar várias vezes o lateral Turcão. Era bom também nos cruzamentos, passes e finalizações. Seu único ponto fraco era a marcação.

 

Canhoteiro inventou o drible solavanco. Girava a cintura de um lado e para o outro e saía pela esquerda. Fazia embaixadinhas até com xícara de chá, quando estas não quebravam. Na Seleção, nunca se firmou. Não tinha vontade de ser reconhecido. Preferia o São Paulo.

 

Por causa do estilo de vida boêmio, sempre chegava atrasado nas apresentações. O São Paulo o multava. Quando encerrou a carreira, o São Paulo pegou todo o dinheiro que Canhoteiro pagou em multas e deu-lhe uma casa para morar, já que ele e a mulher viviam em um sobrado alugado. “Foi um jeito de dizer obrigado”, disse Marco Aurélio Cunha, ex médico do Tricolor.

 

 

Roberto Dias, Herói do Tempo Sem Títulos

 

Na década de 60, o São Paulo, completamente sem dinheiro devido á construção do Morumbi, não ganhou nenhum título. Tirando um vice campeonato em 1967 e o título de um torneio amistoso em 1963, o São Paulo não tem muita coisa boa para se lembrar daquela época.

 

Mas um jogador em especial cravou para sempre seu nome entre os grandes jogadores do São Paulo. Roberto Dias Branco carregou o time nas costas nesse período. Jogava de volante. Dava chapéus até em Pelé, que o considerou seu melhor marcador.

 

Durante os catorze anos que atuou pelo time, Dias era reconhecido não apenas como a alma do time, mas sua maior estrela. Mas a vida nunca lhe foi fácil. Muito pelo contrário.

 

Roberto Dias nasceu em 7 de janeiro de 1943 e foi criado no Canindé, um bairro pobre formado por algumas fábricas e pequenas casas. Em uma dessas casas, vivia o pequeno Roberto Dias, com seus pais, Oswaldo e Leny, e os irmãos Cláudio, Olga e Maria Helena. A extrema pobreza obrigava-os a dormir todos juntos em um quarto de 3 por 4 metros.

 

Seu pai, Oswaldo Dias, tentara a carreira como jogador, com passagens pelo Juventus da Mooca, pelo Comercial da Capital e pela Portuguesa Santista, como ponta esquerda.

 

Para sobreviver, o pai trabalhava no jornal Diário da Noite, onde ajudava nas máquinas, entregava correspondências e telefonava para possíveis entrevistados a pedido de algum repórter. Roberto fazia bicos para ajudar.

 

Dias já mostrava talento quando começou a assistir aos treinos do São Paulo no Canindé. Acabou descoberto pelo olheiro Vadico, do São Paulo, e foi fazer um teste no clube. Jogava de atacante e era goleador. Mas não conseguiu marcar um único gol. Nada impressionado, Remo o deslocou para volante. Dias ficou contrariado, mas brilhou tanto que foi imediatamente contratado. “Um quilo de carne, uma dúzia de ovos e dois litros de leite todo dia”, segundo Roberto Dias, que ficou um ano recebendo os alimentos. Sua primeiro chance foi decepcionante, em uma derrota para a Portuguesa, em jogo que ele se contundiu logo aos três minutos. Mal sabia ele que sua vida no São Paulo teria quase catorze anos. E no mesmo ano, após partidas brilhantes contra o Grêmio e o Palmeiras, foi convocado para a Seleção Olímpica, onde formou dupla de meio campo com ninguém menos que Gérson, então com 19 anos e que faria história no São Paulo dez anos depois. Os dois formaram o melhor meio campo da competição, e chegaram a aplicar 4 a 3 na Inglaterra e 5 a 0 na Seleção da China Nacionalista.

 

Roberto Dias era um jogador extremamente técnico, com ótima impulsão e cobranças de faltas letais. Por isso mesmo, Pepe, o canhão da Vila, pedia aos santistas que não cometessem faltas perto da área. Mas teve a infelicidade de pegar um período de seca para o São Paulo. Devido à construção do Morumbi, todo o dinheiro ia para o estádio, e o time tinha pouquíssimos jogadores que não eram médios ou horríveis. As exceções eram Bellini (62-68), Gino Orlando e Canhoteiro(até 64), Paraná(64 em diante), Terto(67 em diante) e Benê(64-67). Só que cada um atuou em uma época, fazendo com que o Tricolor tivesse times extremamente enfraquecidos.

 

Roberto Dias teve várias propostas para deixar o São Paulo, principalmente do Santos e do Boca Juniors.

 

Uma história interessante foi em um jogo contra o Santos. Neste jogo, a bola sobrou com perigo quase em cima da risca do gol, e Dias se atirou em cima da linha do gol. Ao ver Pelé se aproximar, fechou os olhos, temendo se lesionar seriamente. Ao ver Roberto Dias caído, o Rei não a chutou. Ao fim do jogo, Pelé se virou para Dias e disse: “Você sabe que eu poderia ter chutado aquela bola, arrancado sua cabeça e ter feito o gol, mas você é um cara que me marca direito, que não me cavala e por isso eu o respeito.” Pelé sempre confirmou a história, e ainda adicionava: “E quando fazia falta, não apelava.”

 

Em 1966, acontece algo que deixa Dias muito magoado. A Seleção Brasileira, cotada ao título, resolve levar praticamente os mesmos jogadores que na Copa de 1962, para fazer o maior número possível de tri campeões. Roberto Dias era, na época, o melhor volante do país, além de atuar bem como zagueiro também. Mas, por causa da “brilhante” idéia da Seleção, acabou de fora da lista final.

 

Passada a mágoa, Dias continuou levando a vida e viu uma chance de título em 1970. Com o Morumbi pronto, o São Paulo resolveu investir no time. Trouxe Gérson e Pedro Rocha. Os três, no entanto, não eram amigos. Rocha ficava mais junto ao compatriota Forlán, outra das grandes contratações do Tricolor, e rachava o elenco.

 

E justo em 1970, vive outro drama pessoal terrível: em um jogo contra o Santos, o jogador teve um desentendimento com o companheiro de zaga Jurandyr. Ele passou mal e foi substituído. A discussão continuou no vestiário e rendeu uma multa de 60% no salário dos dois. Ao chegar em casa, sente fortes dores no peito. Aos 27 anos, estava tendo seu primeiro ataque cardíaco.

 

Roberto Dias fez parte do time campeão de 1970, mas foi afastado do time bi campeão de 1971. Ele sofria de aterosclerose, que leva á formação de placas na parede dos vasos sanguíneos. Ele acabaria regressando ao time só em 1973, com muita mágoa da equipe. A diretoria acabou concedendo-lhe passe livre, e ele foi atuar no futebol mexicano. Quase morreu devido ao alcoolismo e á tristeza. Em 1989, foi convidado a trabalhar no COD (Centro de Orientação Desportiva) na parte social do clube, ensinando a arte da bola ás crianças do Tricolor, ao lado do ex companheiro Terto. Aos 46 anos, começa uma nova etapa da vida e muitas feridas foram curadas. E foi lá, no São Paulo Futebol Clube, que passou os últimos momentos de sua vida. Em 26 de setembro de 2007, sofreu uma parada cardiorrespiratória logo após dar umas aulas á garotada. Aos 64 anos, se despedia da vida dentro da casa que tanto amara. Seu corpo foi velado no Salão Nobre do Morumbi, onde tinha distribuído tantas alegrias ao torcedor Tricolor.

 

 

El Verdugo

Pedro Virgilio Rocha Franchetti (Salto, 3 de dezembro de 1942) é um ex-futebolista uruguaio.

Rocha teve um desempenho brilhante vestindo a camisa do Peñarol, acumulando títulos da Libertadores e do Mundial Interclubes, além de campeonatos uruguaios.

Em 1971, transfere-se para o São Paulo, onde permanece até 1977, quando sai com 34 anos de idade. No Brasil, ficou mais conhecido por prenome e sobrenome, "Pedro Rocha". Nesse meio tempo, El Verdugo (um de seus apelidos, já que misturava a raça uruguaia e uma enorme habilidade com a bola), ajudou o São Paulo a chegar a dois títulos estaduais, em 1971 e 1975 e também chegou a ganhar o campeonato Nacional brasileiro pelo mesmo São Paulo em 1977.

Pelo tricolor paulista, atuou 375 vezes, marcando 113 gols. Também jogou em outros clubes do futebol brasileiro, como Coritiba, Palmeiras e Bangu antes de encerrar a carreira, em meados da década de 80 quando atuava pelo Al-Nasar (Arábia Saudita).

Foi artilheiro do campeonato brasileiro em 1972 pelo São Paulo com 17 gols dividindo a artilharia com Dario, do Atlético Mineiro.

Também é lembrado pela admiração que Pelé tinha por seu futebol. Em sua opinião, Pedro Rocha era um dos cinco melhores jogadores do mundo. Atualmente, com 67 anos de idade, Pedro Rocha vive um drama. Sofrendo de atrofia do mesencéfalo, um mal que afeta os seus movimentos e a fala, mas não a compreensão e a memória, o ex-jogador passa os dias em casa, na companhia da mulher, Mabel, fazendo fisioterapia e recebendo assistência médica.

 

O Dono da Camisa 7

 

Luis Antônio Correa da Costa, o Müller, nasceu em Campo Grande (MS), em 31 de janeiro de 1966. Aos 16 anos, desembarcou em São Paulo para um período de testes. Não saiu mais. Mal sabia ele que seria lembrado como um dos grandes jogadores dos anos 80-90 do futebol brasileiro.

 

O momento do SPFC na época não era dos melhores. Depois de ser bi campeão Paulista em 1980-81, a equipe amargava dois vice campeonatos paulistas, e em ambas o algoz havia sido o Corinthians. Quando Cilinho assumiu, o recado era claro: não havia dinheiro para grandes contratações. Devemos apostar nas categorias de base.

 

O recado foi entendido e assim se formou os Menudos do Morumbi. Müller foi um dos últimos a ganhar chance. Estreou na vitória por 3 a 0 em cima do Taquatiringa, no estádio do Morumbi. Seu primeiro companheiro de ataque foi Casagrande, que seria ídolo no Corinthians.

 

Os seus melhores lances com a camisa do São Paulo foram:

 

O primeiro, na final contra o Barcelona, no Mundial de Clubes de 1992. Antes de cruzar para Raí, dribla o lateral Ferrer duas vezes, entortando-o e tirando-o da jogada. Raí acabaria fazendo o gol.

 

O outro, foi na final do Mundial de 1993, contra o Milan. Ao receber a bola lançada na área, para ganhar tempo, deixou-a passar. O goleiro Rossi, do Milan, assustou-se, tentou dividir, e a bola espirrou para dentro do gol.

 

 

O Pivete

 

Raí, o irmão de Sócrates, era conhecido como Pivete. Começou a carreira no Botafogo/SP, time que contava cm vários veteranos muito habilidosos, pois a filosofia do time era justamente essa: contratar craques veteranos. O time contava com Lola, Peu, Marco Antônio Boiadeiro e Chiquinho.

 

Porém, Raí não levava o futebol a sério e era comum só aparecer nos treinos às sextas-feiras. Mas isso mudou quando sua namorada, Cristina, ficou grávida aos 17 anos. Então, Raí começou a pensar seriamente a se tornar jogador. E mostrava talento. Tanto que foi aprovado na peneira do clube sem saberem que era irmão do Doutor Sócrates.

 

Ele jogaria pouco tempo no Botafogo, mas seria o suficiente para chamar a atenção do São Paulo, onde começaria a grande virada de sua vida. No começo, foi difícil. Raramente tinha chances naquele time com meio campo formado por Silas, Falcão e Pita. Sua estréia foi na última rodada do Brasileirão de 1987, e perdeu por 1 a 0. Dois jogos depois, diante do Goiás, faria seu primeiro gol, na vitória por 2 a 0. E ainda tinha que conviver com a pressão de ser o irmão de Sócrates, além de ser só uma promessa e muitos duvidavam que fosse se tornar um grande jogador.

 

Mas Raí mudaria completamente com a chegada de Telê. O ex técnico de Sócrates viu excelentes qualidades no meia, e começou a lapidá-lo: chute potente, físico privilegiado, inteligência, bom passe e boa visão de jogo. Só precisava ficar mais concentrado e treinar a velocidade. Em 1990, já era titular absoluto.

 

E para os poucos que ainda duvidavam da capacidade de Raí, calaram a boca quando ele fez três gols na vitória em cima do Corinthians, na final do Paulistão. Aliás, com Raí em campo, o São Paulo nunca perdeu um jogo decisivo para o Corinthians. Raí ainda foi o artilheiro do São Paulo na mesma temporada.

 

Mas ainda havia quem duvidava da capacidade de Rei Raí. E se rendeu ao vê-lo fazer os dois gols na vitória por 2 a 1, sobre o Barcelona, na final do Mundial. O último, aliás, foi um dos gols mais lindos da história do Tricolor do Morumbi.

 

Depois disso, Raí virou galã. Era como o Kaká da década de 90. Mas ele se achava feio. “Não me acho bonito, pelo contrário, tenho uns traços meio grosseiros, mas acho que o conjunto é harmônico e por isso me consideram bonito.”

 

Em 1993, foi vendido ao PSG. Teve um começo ruim, pois o técnico francês exigia que ele marcasse no meio campo e ajudasse a defesa, o que fugia completamente de suas características. Só quando chegou o técnico Luiz Fernandez, na temporada seguinte, ele começou a jogar bem. Fernandez mudou o esquema da equipe para que Raí pudesse flutuar no ataque inteiro. E se tornou ídolo em Paris.

 

Após cinco anos magníficos em Paris, Raí voltou á sua verdadeira casa. Mas o São Paulo estava em uma fase ruim, que começara com a perda da Libertadores em 1994. Apesar disso, conquistou dois campeonatos Paulistas, em 1998 e 2000.

 

 

Capitão Ceni

 

Rogério Mücker Ceni nasceu em Pato Branco, no Paraná, em 22 de janeiro de 1973. Foi para Sinop, no Mato Grosso, aos 12 anos. Sempre teve a vida ligada ao esporte, mas não foi no futebol, e sim no vôlei, que começou a se destacar. Fez parte da Seleção Mato Grossense de Vôlei Estudantil.

 

Desde os 13 anos, trabalhava no Banco do Brasil, e ainda jogava no time de futebol do banco. Quem disser que ele era goleiro, errou. Atacante? Também não. Ele era o camisa 5, o volante da equipe! Mas um dia, seu chefe, o goleiro do time, machucou o braço e não pôde atuar. Como era o mais novo (16 anos) mandaram-no para o gol. E ele fechou o gol! No mesmo ano, fez um teste no time da cidade, o Sinop, e passou. E era apenas o terceiro goleiro.

 

Mesmo sendo o terceiro goleiro, teve uma chance em um jogo. O titular e o reserva estavam machucados, e o técnico Nilo Neves foi para o tudo ou nada com a entrada do jovem arqueiro. Resultado: Ceni fechou o gol, pegou um pênalti e foi o melhor jogador da partida. E é até hoje ídolo do clube, por ser o principal jogador do único título da equipe, o Campeonato Mato Grossense de 1990.

 

No dia 7 de setembro, Rogério Ceni desembarcou em São Paulo para fazer um teste no time do coração. Sabia que teria poucas chances onde brilhava Zetti. E Gilberto Morais, preparador de goleiro, percebeu no Capitão uma personalidade e uma maturidade enorme para alguém tão jovem, além de ter sofrido apenas um gol no teste.

 

Como todo jovem, Rogério teve um início modesto, vivendo nas dependências do clube e ganhando três quartos de salário mínimo por mês. Muito jovem, se torna um dos astros da equipe sub20 do São Paulo, sendo campeão juvenil em 1990 e da Copa São Paulo em 1993. Ainda em 1993, foi alçado ao time profissional.

 

Sua estréia foi na vitória por 4 a 1 em cima do Tenerife, da Espanha. Rogério sempre teve mais chances em torneios internacionais, como o Ramón de Carranza, Teresa Herrera, entre outros.

 

Em 1994, foi seu primeiro grande momento. Integrando o Expressinho, venceu a Copa Conmebol, título inédito do Tricolor, com direito a um 6 a 1 no Peñarol, na final. No fim de 1996, Zetti se transferiu para o Santos, e Rogério se tornou titular.

 

Começou a se destacar embaixo dos três paus, mas foi por outro motivo que começou a ser realmente notado. Em 1997, em um jogo pelo Campeonato Paulista, contra o União São João, Rogério fez um gol de falta. Até então, o carismático Chilavert era o maior goleiro artilheiro do mundo.

 

Após o Paulistão de 2000 e o Rio-São Paulo de 2001, o São Paulo entrou numa fase ruim. Na época, Rogério ainda não era ídolo, só era considerado um grande goleiro. Em 2005, aconteceram três coisas que o alçaram à condição de ídolo no São Paulo. A primeira: bateu a marca de Waldir Peres de 617 jogos com a camisa São Paulina. A segunda: venceu a Libertadores da América. E a terceira: fez a melhor atuação de um goleiro com a camisa do São Paulo, na final do Mundial diante do Liverpool, e ainda levou o título. Rogério Ceni fez pelo menos cinco grandes defesas, e a defesa, comandada por ele e Lugano, não deu chances ao arrogante time do Liverpool. Agora vai uma história interessante.

 

Ao chegar no Japão, Gerrard, capitão e estrela do time inglês, disse que a equipe não tinha viajado tão longe para ser derrotado por um time brasileiro. Perdeu a final. E foi obrigado a engolir sua arrogância. Os ingleses cometeram o mesmo erro em 1981. Ao chegar na final, diante do Flamengo, Zico e Júnior encontraram alguns jogadores do time britânico em um shopping. “Nós fomos até cumprimenta-los”, lembra Júnior, “Mas eles nos olharam de cima para baixo e viraram as costas. Ficamos furiosos com aquela atitude.” Como prêmio, viram Zico e companhia arrebatarem a taça com um belo 3 a 0, sem dar chance alguma.

 

Mas o São Paulo queria mais. Desde 1991 que não vencia um campeonato Brasileiro. E ganhou não um, ou dois, mas três seguidos. Um tri campeonato verdadeiro. Eque mais impressiona é a defesa, sempre comandada por Rogério Ceni e Miranda: 87 gols sofridos em 114 jogos. Em 2009, o São Paulo reagiu no final, chegou á penúltima rodada com chances de ser campeão e foi derrotado pelo Goiás. Mas o mais polêmico foi o jogo entre Corinthians e Flamengo. O Flamengo era o time com mais chances de título depois do São Paulo, e o Corinthians acabou “entregando” o jogo. Não que o São Paulo tenha merecido vencer o campeonato, já que terminou em terceiro lugar, mas foi a segunda mancada nos últimos cinco anos que o Alvinegro Paulista aprontou para cima do Internacional, vice campeão. Voltando a falar do Capitão Ceni, ele já falou inúmeras vezes que seu maior sonho é ser presidente do São Paulo. Alguém duvida que não o conseguirá?

 

 

O Deus da Raça

 

Diego Alfredo Lugano Moreno tem uma história de superação no São Paulo. Quando chegou, em 2003, foi deixado de lado pelo técnico Oswaldo Oliveira. Por ter sido contratado pelo presidente Marcelo Portugal Gouveia sem que Oliveira soubesse, ficou conhecido como o “jogador do presidente”. Mas sua raça e determinação, além do excelente jogo aéreo e sua força e marcação enormes e personalidade muito forte, fez com que já no fim do ano fosse titular indiscutível e dono absoluto da camisa 5. Azar do Nacional, time a que estava vinculado e que nunca aproveitou o jogador...

 

Uma curiosidade sobre este uruguaio de muita raça é que Lugano não troca camisas após seus jogos, pois considera um desrespeito ao torcedor. Chegou a trocar poucas vezes e diz que as mais especiais de sua modesta coleção são as camisas da seleção uruguaia e uma camisa da seleção brasileira com o número 13 nas costas, dada por Zagallo. Outra curiosidade é que pouco depois de ter deixado o São Paulo, foi convocado para a Seleção Uruguaia para um jogo contra o Brasil no Brasil. E foi recebido por vários são paulinos em um aeroporto.

 

Lugano disse certa vez que seu time do coração é o São Paulo. Se for jogar em algum time do Brasil, vai ser no São Paulo. Não agüentaria jogar em outro.

 

 

 

O Construtor do Morumbi

 

Laudo Natel nasceu em São Manuel, no interior de São Paulo, em 14 de setembro de 1920. Foi presidente do São Paulo de 1958 a 1972, realizando o sonho de Cícero Pompeu de Toledo, seu antecessor, e construindo o Morumbi, que já estava em fase de construção. Foi governador de São Paulo entre 1966 e 1967 e depois entre 1971 e 1975. Foi nomeado o Grande Patrono do São Paulo e seu nome está eternizado no Centro de Formação de Atletas Laudo Natel. Está vivo até hoje, e se considera o presidente caipira do São Paulo, por ser do interior.

 

 

Mestre Telê

 

“Telê Santana da Silva (Itabirito, 26 de julho de 1931Belo Horizonte, 21 de abril de 2006) foi um dos mais importantes treinadores da história do futebol brasileiro. Após perder duas Copas do Mundo no comando da Seleção Brasileira, amargou por muito tempo a fama de "pé-frio". Mesmo assim, em pesquisa realizada pela revista esportiva Placar, nos idos dos anos 1990, foi eleito por jornalistas, jogadores e ex-atletas o maior treinador da história da Seleção Brasileira de Futebol. A partir de 1990 até o início de 1995, comandou o São Paulo, conquistando duas vezes a Taça Libertadores da América e o Mundial Interclubes. É considerado o maior treinador são-paulino em todos os tempos.

Como jogador, é ícone do Fluminense pela intensa dedicação que ofereceu ao seu clube do coração — que valeu-lhe o apelido "Fio de Esperança" —, onde também começou a sua vitoriosa carreira de treinador de futebol.

Até hoje é o técnico que mais dirigiu o Atlético Mineiro em jogos oficiais.”Wikipédia

Telê Santana foi também um dos técnicos precursores do esquema tático 4-4-2, tendo aperfeiçoado este esquema, abolindo os pontas (e isso por que quando mais jovem atuava como ponta direita) e dando mais segurança á defesa sem perder a ofensividade, usando os laterais também para atacar, motivo pelo qual Cafu se tornou o lateral com mais gols na história do São Paulo.